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sábado, 1 de maio de 2010

46 - Solidão

Minh'alma jaz agora solitária,
Curtindo desenfreada este momento,
Não tenho nenhuma parafernália,
Que me cure todo este vil tormento.

Tormento precoce, torpe e vil,
Tirou o ânimo que outrora senti,
A cápsula com forte cheiro de fel,
Levou todo o amor que antes senti.

Saibam todas as pessoas,
Deste meu grande segredo,
Queimar arquivos e roupas,
Não calará o meu lamento.

Espero por justiça ainda,
Espero que esta venha um dia,
Esta flâmula ainda infinita,
Logo terá o término de tua via.

A flâmula que agora ergo,
Carregarei por toda minha vida,
Até o bosque mais ermo,
Viverei pra recuperar minh'alegria.

Quero que todos saibam um dia,
Nunca me calarei ante ao fato,
Qual foi o grande amor de minha vida,
Ainda vive o feto por nós consumado.

Espero um dia reencontrá-lo,
O homem a quem quis dar alento,
Ainda poderei um dia novamente amá-lo,
Dizer que te amo a todo elemento.

Não te esqueças, meu filho,
Jamais pude ver tua face,
Brincar com meu ente querido,
Brindá-lo com meu maior enlace.

Clamo que a justiça seja limpa,
Que faça jus ao nome que tem,
A tua alma jaz homicidada,
Mas terá minha benção até no além.

Meu filho, meu prodígio,
Te amo como jamais a ninguém,
Tu és meu filho solícito,
Tua alma vive agora toda zen.

Espero que volte a mim um dia,
Que me arranque novamente suspiros,
Que me dê força, amor e alegria,
E que não te matem mais os tiros.

Quando voltares, filho querido,
Saberás o quanto te amo, te aprecio,
Gostaria de ter tua companhia,
A me dar ternura e sabedoria.

Esta sabedoria natural de um infante,
É tudo o que tu me ofertarias, bambino,
Porém a receberia com prazer cativante,
Tu és meu afeto, amor, és o meu menino.

Teu sexo é o mesmo que o meu, masculino,
Mas isso não irá me impedir de te amar,
Meu amor por ti é levado ao infinito,
Quero contigo o verbo amar conjugar.

Espero poder ter a linda chance,
De me tornar fisicamente teu pai,
Mesmo que seja uma breve nuance,
O que não posso é viver este ai!

Um ai! de solidão não agüento,
Não posso mais viver assim,
Não suporto este lamento,
Te quero para meu amor sem fim.

Te quero como quis tua mãe, te ter,
Dar-te afeto, ternura, paixão sem conta,
Quero idolotrar teu infinito ser,
Até onde a tônica do amor desponta.

Volta, filho pródigio, estou só,
Sem tu, sem tua mãe, sou Zé-Ninguém,
Me assemelho à mais crua pedra mó,
É chato não mais amar alguém.

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