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sábado, 19 de janeiro de 2013

Obrigado pela negligência!

Hoje, atearam fogo no lote de terreno que situa-se entre minha casa e a de um de meus vizinhos de fundo de quintal. Despejaram gasolina no mato e riscaram um fósforo. Vi um homem, de tez pardacenta, passar com olhar de admiração para a obra e ele estava portando um galão em uma das mãos, de onde também parecia emanar um cheiro forte de gasolina (não sei se continha mesmo gasolina ou se era apenas uma ilusão olfativa que eu estava sentindo, devido ao fato do mato ao lado de minha casa estar fedendo a gasolina). Na mesma hora, entrei para dentro de casa e corri pelos quartos a fechar as janelas (a fumaça estava alta e já havia impregnado as roupas que estavam no varal, teremos de lavá-las tudo de novo) pois a fumaceira que fazia já estava começando a entrar. Telefone na mão (a princípio me confundi e acabei discando 192, o número da ambulância; o atendente me confirmou o número do corpo de bombeiros, 193): " - Corpo de Bombeiros da Polícia Militar, boa tarde!" " - Boa tarde, me chamo JONATHAN e sou de Martinópolis. Acabaram neste exato momento de atear fogo em um lote de terreno baldio ao lado de minha casa." O atendente respondeu: " - Como é, SENHORA (?)?" Eu me apresentei e fiz a denúncia novamente: " - Me chamo JONATHAN e sou de Martinópolis. Estou ligando porquê jogaram gasolina e atearam fogo no mato que tem no lote baldio vizinho à minha casa." " - Minha SENHORA (?), o fogo está alto?" " - O fogo eu não sei, mas a fumaça está insuportável e sofro de bronquite (na boa, praticamente todo mundo daqui sabe que sofro de bronquite), a fumaça me faz mal. Já empesteou as roupas do varal e por pouco não empesteia o interior da casa. Está um mau cheiro, um fedor insuportável." Como não podia deixar de ser, mesmo eu já tendo dito meu nome por duas vezes, o atendente pela terceira vez me tratou no feminino: " - Minha SENHORA (?), se o fogo não está alto, então não é caso para os bombeiros pois não coloca em risco as residências ao redor." (Não coloca em risco de serem queimadas. Mas e quanto à Saúde dos moradores ao redor? Não conta? Fumaça não apresenta risco de nos intoxicar? Só sendo irônico mesmo.) Eu agradeci: " - Bom, se não é caso pros bombeiros, então desculpe. Tenha um bom dia." Eu mesmo é que tive de ir apagar o fogo, correndo o risco de ser intoxicado pela fumaça ou pela gasolina ou por ambos. Coloquei a boca da mangueira, que é de jardim, nem de longe tem o mesmo tamanho nem a mesma potência da mangueira dos bombeiros, na torneira da garagem, coloquei o resto da mangueira na rua, abri o portão de casa, abri a torneira e fui à rua tentar apagar o fogo. Meu vizinho me viu apagando o fogo, me perguntou quem tinha ateado fogo ali, respondi que não conhecia a pessoa mas vi seu rosto, poderia identificá-la. Ele me perguntou de novo se liguei para os bombeiros e respondi que sim, mas os bombeiros se negaram a atender esta ocorrência pelo simples fato de eu não ter sabido informar se o fogo estava alto ou não, só sabia que a fumaça estava alta e o cheiro da gasolina já estava me fazendo mal. Bem, este é mais um exemplo do porquê de eu odiar cada vez mais o funcionarismo público no Brasil, parece que nossos funcionários públicos estão mais para batedores de punheta em horário de serviço do que para quem deveria mostrar serviço, fazendo jus aos salários que recebem. Esta postagem serve então para duas coisas: Primeiro, gostaria de agradecer ao atendente do corpo de bombeiros por sua ignorância em não saber que o nome JONATHAN, o qual lhe foi dito como sendo o meu e por mim mesmo a ele por duas vezes e me confundido com uma mulher, mesmo eu já sendo homem feito, com quase 36 anos completos, é do gênero MASCULINO (daí a minha insistência em colocar entre parênteses ponto de interrogação após o SENHORA em meu texto, "(?)") e em segundo, também gostaria de agradecer ao atendente do serviço 103, Corpo de Bombeiros, pelo seu notável desprendimento em realizar um completo serviço de negligência. Obrigado, Poder Público de Martinópolis, por mais este desserviço prestado a um morador deste pequeno mas singular município. (a) Jonathan 'Hamelin' Malavolta, músico, escritor, poeta, enxadrista e martinopolense de nascimento e de moradia.