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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

A morte da Morpho

http://www.geledes.org.br/areas-de-atuacao/questoes-de-genero/265-generos-em-noticias/21120-transexual-de-21-anos-comete-suicidio-e-reacende-debate-sobre-discriminacao Gabriela Monelli, a Morpho da vez. Provavelmente vocês devem estar se perguntando: Porque Morpho? Certa vez, em um dos blogs que sigo pela blogosfera Google, o da sereia Adri, encontrei um texto no qual ela relatava que transexuais se sentiam como borboletas, já que pode se comparar o sexo anatômico, com o qual elas não se identificam, ao estado de lagarta, com o período que compreende o tratamento hormonal sendo equiparado ao tempo em que a lagarta encontra-se enclausurada no casulo, se transformando, e após o tratamento hormonal e todo o restante do longo, doloroso e árduo processo de transformação em mulher, quando a trans já aparece socialmente como aquilo que ele sempre se sentiu desde o nascimento, pode-se equiparar ao estágio final da transformação, quando a lagarta já terminou sua transformação em borboleta. Aqui no Brasil, o gênero mais comum de borboleta pertence à família Morpho e por essa razão escolhi comparar toda e qualquer transsexual com uma Morpho. Esta do link que postei, a Gabriela Monelli, é uma delas. Uma delas que infelizmente teve um fim trágico, suicidou-se por não aguentar o descaso que a sociedade faz com as - e os pois também existem transhomens, tão Morphos quanto as transmulheres - pessoas que não se enquadram no padrão cisheteronormativo. Gabriela tinha apenas 21 anos. Eu poderia perguntar o porquê dela dar cabo da própria vida - e o porquê de suicidar-se tão jovem assim - porém estaria sendo infantil e hipócrita, eu sou autista, conheço e bem, sinto diariamente na pele o modo como a sociedade trata quem não se enquadra dentro das normas ditadas por suas regras; ainda hoje senti, perto da hora do almoço. Não são só transexuais que fogem a essas regras, é toda a população LGBTTT, é o negro, é o índio, é a mulher, é o ateu/agnóstico ou o pertencente a alguma minoria religiosa, é a mulher, é a criança, é o idoso, é o analfabeto, é o down. Enfim, são vários os grupos que por um motivo ou outro não se enquadram em um dado conjunto de regras ditado por nossa escrótica sociedade. Justamente por ter sofrido preconceitos os mais diversos e sofrer com isso ainda hoje, eu não irei perguntar o porquê tão jovem nem tampouco o porquê do suicídio, visto que eu também já tentei o suicídio como forma de me livrar dessa sociedade repressora. A minha pergunta é uma só e se resume a apenas dois vocábulos: Até quando?

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